10 de abr. de 2012

Lançamento do Fórum Paranaense pelo Resgate da Memória, da Verdade e da Justiça

Esta é uma luta de todos os brasileiros para o resgate da verdade com o parte da afirmação dos direitos humanos no país. A Comissão da Verdade sancionada pela Presidência da República , em novembro de 2011, vai apurar as violações dos direitos humanos praticada pela ditadura militar.

Simultaneamente ao lançamento do Fórum, será realizada a exposição “Direito à Memória e à Verdade” – a ditadura militar no Brasil – 1964 - 1985



O Fórum Paranaense pelo Resgate da Memória, da Verdade e da Justiça terá seu ato de lançamento no dia 12 de abril, a partir das 19 horas, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. O Fórum pretende desencadear um amplo movimento que, de um lado, respalde os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade e, de outro, pressione para que os trabalhos da Comissão cheguem a bom termo, uma vez que forças poderosas se mobilizam para impedir que a verdade venha à luz.

A Comissão Nacional da Verdade, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidente Dilma no final do ano passado, é um enorme passo à frente no caminho do povo brasileiro para encarar de frente seu passado recente. Os fatos tenebrosos ocorridos durante o regime militar estão em grande parte ocultos em arquivos até hoje inacessíveis, ou deturpados por um processo consciente de falsificação da história.

A nomeação dos sete integrantes da Comissão da Verdade deve ser feita em breve pela presidente. A partir daí, a Comissão terá um prazo de dois anos (prorrogável) para apresentar seu relatório. A Comissão terá amplo acesso a todo tipo de documentação e poder para convocar testemunhas.

A importância do assunto está mais do que evidenciada pela ampla repercussão que teve a aprovação da Comissão da Verdade. Em poucos meses, foram divulgadas novas evidências sobre a guerrilha do Araguaia (com o reaparecimento do famigerado major Curió), o Ministério Público Federal anunciou sua disposição de ir atrás dos responsáveis por crimes de seqüestro e ocultação de cadáver, militares da reserva manifestam-se quase toda semana contra qualquer investigação, inclusive insinuando o risco de desestabilização do regime; em contrapartida, forças diversas da sociedade civil hipotecam solidariedade à disposição de investigar os fatos até o fim.

Trata-se, portanto, de uma luta política em pleno curso. E que só terá um final satisfatório se os trabalhadores, a juventude, as entidades sindicais e populares, os partidos políticos e todos aqueles interessados na recuperação da verdade história e na justiça entrem em cena e façam valer seu peso político e social.

Não podemos nos limitar a esperar a conclusão dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade. Temos muito o que fazer com as nossas próprias forças.

O Fórum Paranaense pelo Resgate da Memória, da Verdade e da Justiça quer ser um canal para essa mobilização popular. Quer ajudar na investigação dos crimes cometidos pela repressão ditatorial no Paraná. Quer dar voz aos familiares das vítimas. E quer também promover um amplo debate social, com exposições, palestras, exibição de filmes e peças de teatro, não apenas em Curitiba, mas em todas as principais cidades do Paraná.

O ato de lançamento do Fórum poderá ser um momento extraordinário de mobilização. Para que isso aconteça, a presença de todos é fundamental.


informações de Roberto Elias Salomão