31 de ago. de 2009

Você já ouviu falar do MUPE, o Museu da Periferia?


Clique aqui para conferir a reportagem sobre o Museu da Periferia.




Museu da Periferia do Sitio Cercado recebe oficina ministrada pelo Ibram

Moradores do Sitio Cercado participam nestes dias 02 e 03 da Oficina “Museu, Memória e Cidadania”, ministrada pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus.) A oficina tem por objetivo a instalação de um Ponto de Memória em Curitiba, que dará subsidio para a continuidade da organização do Museu da Periferia, o MUPE. A instalação dos pontos de memória faz parte de um projeto piloto, articulado entre o Ministério da Justiça (pelo Pronasci) e o Minitério da Cultura. A meta é chegar a várias cidades brasileiras, entre elas: Curitiba, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Brasília, Belém, Porto Alegre, São Paulo e Vitória.


Você já ouviu falar no MUPE, o Museu da Periferia? Ele vem sendo organizado por moradores do bairro Sitio Cercado desde abril deste ano. A idéia foi incentivada pelo deputado federal Ângelo Vanhoni, depois de conhecer a experiência dos Pontos de Memória, que também podem ser denominados como “museus comunitários ou museus sociais”. Tratam-se dos novos projetos museológicos concebidos pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus. Alguns dos exemplos inspiradores para o que surge em Curitiba são os que já acontecem nas comunidades dos morros do Rio de Janeiro: o Museu da Maré (na Favela da Maré) e o MUF – Museu da Favela, (no Morro do Cantagalo). Em Curitiba, o Ponto de Memória receberá recursos da articulação entre o Ministério da Justiça, pelo Pronasci (Programa Nacional de Justiça com Cidadania) e o Ministério da Cultura, pelo Ibram. O objetivo desta articulação é implantar os pontos de memória em regiões caracterizadas pelo alto índice de violência, e por este motivo o bairro Sítio Cercado foi escolhido. O Ponto de Memória, dentre as várias funções, quer resgatar a auto estima da comunidade, através da reconstrução da memória social e coletiva, a partir do cidadão, de suas origens, suas histórias e seus valores.


Começo da história

Entidades, associação de moradores e artistas receberam a idéia positivamente e em abril, a ACNAP (Associação Cultural de Negritude e Ação Popular), no Sítio Cercado, recebeu a visita de contadores de histórias do Rio de Janeiro, articulados ao Museu da Maré e ao Museu de Favela – MUF para uma troca de experiências sobre a implantação dos Pontos de Memória em suas comunidades. Já em maio foi realizada uma reunião com os interessados no bairro em organizar a proposta para a criação do Ponto de Memória. Além da escolha do nome “Museu da Periferia”, o encontro também resultou numa lista de assinaturas solicitando a oficina de museologia ao IBRAM. (confira aqui o relato de um dos moradores sobre as primeiras famílias do bairro)

Oficina



Museu, Memória e Cidadania




Nesta semana, a Oficina reivindicada chega até eles. Mário Chagas, diretor do Departamento de Processos Museais do Ibram, estará na Associação Nossa Senhora da Luta, no Sitio Cercado, para ministrar a oficina “Museu, Memória e Cidadania”. Segundo Mário Chagas, “é uma oficina que tem o sentido de mobilização e sensibilização dos participantes para a temática do museu compreendido como uma tecnologia social e a idéia de um museu cooperativo. A oficina tem esse sentido, trabalhar a temática museu e trabalhar a memória também na perspectiva da criação. Não há criatividade sem memória. A memória como uma possibilidade também de futuro. Pela memória criamos novas utopias, novos futuros e finalmente a idéia de cidadania. Tanto o museu como a memória são direitos do cidadão. Os moradores do Sítio Cercado têm direito não só a visitar os museus existentes no Paraná, no Brasil e também fora do Brasil, mais ainda, tem direito de fazer o seu próprio museu.”













Intercâmbio cultural entre os moradores do Sitio Cercado e artistas dos morros do Rio de Janeiro - sobre este dia clique aqui













Serviço
Oficina “Museu, Memória e Cidadania” ministrada pelo Ibram
Quando: Dias 02 e 03, a partir das 19 horas
Onde: Associação Nossa Senhora da Luta – Sitio Cercado






As inscrições para a oficina são limitadas. Os interessados podem se inscrever pelo e-mail em museudeperiferia.mupe@gmail.com. Acesse também o blog do MUPE: http://www.mupe.wordpress.com/

11 de ago. de 2009

Entrevista com Ministro da Cultura - Juca Ferreira


Olá!


Entrevistei o Ministro da Cultura Juca Ferreira. Com exclusividade ele antecipou novidades do novo texto da Lei Rouanet, falou sobre o Vale Cultura e a importância das Conferências de Comunicação e de Cultura. A entrevista está publicada na íntegra no blog http://www.vanhoni.wordpress.com/ E o áudio, clique aqui:


Confira alguns trechos da entrevista:


Sobre as mudanças na política cultural brasileira


"Quando nós chegamos em 2003 no Ministério ficamos surpresos e perplexos com a desorganização, a desestruturação e a fragilidade da área cultural no governo. O Ministério não tinha relevância, não estava a altura da grandeza da cultura brasileira, da diversidade cultural brasileira, não conseguia lidar com os principais aspectos dos processos culturais, ou seja, não dava nenhuma contribuição e o pior de tudo é que foi construído um mito que tem origem em toda essa afirmação de uma ideologia neoliberal no mundo, de que o estado não tinha papel na cultura. O grande slogan que nós encontramos aqui era “Cultura é um bom negócio”, e a idéia era repassar a responsabilidade do desenvolvimento cultural para a área privada, então nós começamos um processo longo. Já no discurso de posse do ministro Gil, ele afirmou que interessava ao Ministério toda a produção simbólica brasileira, que cultura não é só arte, muito menos arte consagrada, e que nós teríamos uma responsabilidade imensa de montar relações do Ministério com todo o corpo simbólico do país.(...)" Continua, clica aqui



Sobre o Vale Cultura


"O Brasil não consegue incorporar em nenhuma das atividades culturais, excluindo apenas a tv aberta, nem 20% dos brasileiros. Um pouco mais de 5% dos brasileiros entrou alguma vez num museu. Então não há possibilidade de você ficar financiando a produção cultural se o povo não tem acesso. É preciso, além de financiar a produção cultural, estimular esta produção. A gente tem que abrir as portas dos teatros, dos cinemas, criar possibilidades das pessoas terem acesso a livros. Nós estamos agora zerando, até o final do ano, o número de municípios sem bibliotecas no Brasil. Esse processo está criando vários mecanismos: financiamento direto à produção cultural popular, estímulos a barateamento dos custos dos produtos culturais que nós financiamos.Criamos um instrumento agora, o Vale Cultura. É a primeira vez no Brasil que se financia o consumo cultural. Este mecanismo, quando estiver em uso pleno, vai beneficiar em torno de 14 milhões de pessoas, vai disponibilizar o consumo cultural para esse número de brasileiros." Continua, clica aqui



Sobre a Lei Rouanet


"O projeto já saiu do Ministério e está na mão da Casa Civil. Eles fazem este trabalho de revisão sempre, porque é uma lei que vai ser enviada ao Congresso. As novidades são, basicamente, que nós não vamos mais ficar dependendo da renúncia fiscal, que é um mecanismo que não se presta para atender a toda a cultura brasileira. O Fundo Nacional de Cultura vai se tornar o principal instrumento. Nós vamos modernizar o Fundo, setorializá-lo. O Vale Cultura é parte da reforma, é um outro mecanismo que a gente está criando. Vamos fortalecer os fundos privados, que existem há 18 anos e ainda nenhum aconteceu, estamos criando vantagens para a ampliação destes fundos. Que estes fundos etimulam o investimento privado e o financiam, e a renúncia fiscal, que nós vamos manter, mas, vamos reformatar para virar uma verdadeira parceria publico/privada. Porque como é hoje o Governo entra com o dinheiro, se responsabiliza por todos os procedimentos burocráticos e quem decide o que deverá ser financiado é a área privada. Então esta é uma divisão injusta e ruim. Você permite a privatização do dinheiro público, permite o excesso de concentração. Por exemplo, 80% do dinheiro vai para duas cidades no Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo, e dentro destas duas cidades, apenas 3% dos proponentes ficam com mais da metade do dinheiro da Lei Rouanet. Quer dizer, é um escândalo! É falta de controle do dinheiro público, é privatização do dinheiro público e não cumpre a finalidade que é a de irrigar e fortalecer a produção cultural brasileira."



Foto: Gilson Camargo




Para ler a entrevista na íntegra clica aqui