por Ana Carolina Caldas
O ministro da Cultura da Ucrânia Vasyl Vovku veio ao Paraná, estado que abriga 90% de toda a imigração daquele país, e inaugurou ontem o monumento do Holodomor, no Parque Tingui, em Curitiba. Entre os pontos firmados pelo presidente Lula em recente visita àquele país, está o reconhecimento do Homolodor como genocídio, fato referendado pela Câmara Federal em setembro passado na aprovação de proposição do deputado paranaense Angelo Vanhoni (PT). Para quem não sabe, nos anos de 1932/33 a fome induzida matou milhares de ucranianos durante o processo de coletivização forçada pelos russos. ”A inauguração do momumento mantém viva a memória das vítimas desta tragédia”, afirmou Vitorio Sorotiuk, presidente da representação ucraniana no Paraná. Hoje o ministro Vovku foi visitar as cidade de Mallet e Prudentópolis e ficou emocionado ao descobrir que existe mais gente falando ucraniano no Paraná do que na própria Ucrânia. Disse se sentir em casa. Ontem a noite ele fez uma palestra na Sociedade Ucraniana e revelou que umas das primeiras ações iniciativas dele como ministro, quando tomou posse há 5 anos, foi mandar derrubar todos monumentos que lembram a epoca do genocídio e Joseph Stalin, o mentor de tal barbárie. Revelou que, por conta disso, já sofreu ameaças e que está se unindo aos ucranianos que imigraram para salvar o país, para libertar a ucrania que ainda sofre pressão da Russia. “Aqui no Paraná se tem liberdade para preservar as tradições”, afirmou. Na Ucrânia ele teve que baixar dereto para que os filmes das tvs e cinemas fossem legendados e dublados para o ucraniano, já que a língua oficial é a russa. O ministro também se emocionou ao assistir o filme “Made in Ucrânia”, do paranaense Guto Pasko, na Cinemateca de Curitiba. E ontem, durante a inauguração do monumento em Curitiba, uma mulher de 89 anos, dona Ana, que viveu os horrores do Holomodor, estava lá, em cadeira de rodas. Ao final da cerimônia, pegou duas bengalas e foi acender velas, chorando de emoção. Em tempo: a imprensa do Paraná, estado que, repita-se, abriga o maior número de ucranianos no Brasil, até agora ignorou tudo isso.
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