14 de set. de 2009

“A Modernidade em Construção – Políticas públicas e produção de música popular em Curitiba – 1971 a 1983.”



Músico desvenda os caminhos e descaminhos da produção musical curitibana


“Por que nós não temos nenhum nome curitibano no cenário da música popular brasileira?” Esta inquietação foi o motivo que levou o músico e historiador Ulisses Galetto a escrever o livro "A Modernidade em Construção – Políticas públicas e produção de música popular em Curitiba – 1971 a 1983.” Fruto das suas pesquisas realizadas durante o Mestrado em História pela Universidade Federal do Paraná, Ulisses Galetto analisa as políticas públicas para cultura em Curitiba, desenvolvidas de 1971 a 1983, com a missão de desvendar os caminhos e descaminhos do que muita gente chama do “anonimato da produção cultural curitibana”. A justificativa do recorte temporal se dá por que em 1971 é implementado o 1º Plano Diretor de Curitiba pelo então prefeito Jaime Lerner. No decorrer dos anos até 1983, as mudanças na cidade e por conseqüência o que se fez pela cultura sofreram impacto direto da organização do Plano Diretor. Ulisses destaca a “era lernista” como a fase propriamente dita da “modernidade em construção para a cultura”, pois é desta época 80 % dos equipamentos públicos que até hoje dão espaço para o que é produzido na cidade. Solar do barão, Casa da memória, Teatro Paiol e o Centro de Criatividade são alguns exemplos. Para a música, ele destaca o incentivo do poder público ao Movimento de Atuação Paiol, o grupo MAPA, como também a construção da Camerata Antiqua e patrocínio de discos, como o “Curitiba, Cidade da Gente” – que contava a historia da cidade através de musicas. “Nesta época, a Prefeitura resolveu literalmente por a mão na massa. A construção dos espaços públicos foi desenhando aos poucos a política municipal de cultura e as produções culturais foram se revelando no cenário local.” explica Galetto.

Porém, é pelo viés da tal modernidade, que o livro desvenda uma das partes do mistério do anonimato. Para o autor, Curitiba perdeu o bonde da modernidade. “Historicamente, o Brasil em relação a todo o resto do mundo acertou seus ponteiros com a modernidade apenas na década de 60. Curitiba perdeu o bonde e foi acertar os ponteiros com o Brasil apenas no final da década de 70. Por este motivo, enquanto no Rio e São Paulo a indústria fonográfica já estava a todo vapor, a produção curitibana não tinha infra estrutura técnica para se encaixar.” explica. Mas, segundo Ulisses, atualmente “estes motivos não valem mais. Hoje são outros, como por exemplo, a mania que temos como artistas de achar que o poder púbico, as empresas é que tem culpa ou que deveriam fazer mais pela produção artística. O caminho não é por ai.”

Lei Municipal de Incentivo a Cultura – avanço para produção cultural

De lá para cá, muita coisa mudou e Ulisses é taxativo ao escolher a criação da Lei Municipal de Incentivo a Cultura como marco do avanço na história da produção cultural curitibana. “Criada ao final da década de 80, por iniciativa do então Vereador Ângelo Vanhoni, a lei municipal de incentivo a cultura é um marco nesta história. A produção quantitativa e por conseqüência a qualitativa na produção musical em Curitiba, se divide em antes e depois da lei. O que nós estamos fazendo com ela agora é outro assunto, que deve ser debatido nos fóruns. Mas, sem sobra de duvida, se existe algo que possa apontar para o futuro como política publica se chama de lei de incentivo a cultura.” conclui Ulisses Galetto.


Foto: Gilson Camargo - www.vanhoni.wordpress.com

Matéria: Ana Carolina Caldas

4 comentários:

César disse...

ana carolina,

teu blog é o máximo.

adoro a citação do gramsci.

e parabéns por esta última matéria, jornalista.

bem boa.

beijo.

Lucas Ajuz disse...

Salve Ana!!
Parabéns pelo blog...cheguei até aqui por indicação de uma amiga...e fiquei orgulhoso de saber que somos colegas..!! hehe
beijo!

Candido disse...

Ana muito boa a materia e especificamente minha mono é sobre musica curitibana. Queria saber se vc pode me passar o contato do Ulisses Galetto?

Beijos, Candido

Anônimo disse...

parabens pelo blog...
Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.