29 de mai. de 2012

Privatizar espaços de cultura e lazer é um retrocesso social

O prefeito Luciano Ducci lançou edital de licitação para fazer a concessão/privatização da Ópera de Arame, da Pedreira Paulo Leminski e do Parque Náutico. São espaços públicos que deveriam ser revitalizados para servirem como instrumentos de incentivo à cultura, ao esporte e ao lazer da população de Curitiba, principalmente à juventude.

Ao invés disso, serão doados por 25 anos, provavelmente prorrogáveis por muitos anos mais, para que empresários ganhem dinheiro com o patrimônio público. Este fato deixa evidente que a privataria em nosso estado, tão em voga no governo de Jaime Lerner e freada pelo grande movimento popular contra a privatização da Copel, está ressurgindo com uma força que merece toda a atenção dos sindicatos da CUT e dos trabalhadores a eles filiados.

Dizer, como dizem alguns, que concessão não é privatização é querer fazer um jogo de palavras para tentar fazer o povo de bobo. As rodovias no PR estão "concedidas" há muitos e muitos anos e alguém dúvida que elas estejam privatizadas? É só ver como as concessionários usam e abusam do que lhes foi concedido, fazendo o que bem entendem e praticando as tarifas que são convenientes a uma alta taxa de lucro aos especuladores acionistas.

Como as concessionárias das rodovias, que pouco se importam com os efeitos sociais negativos dos altos custos dos pedágios, também as empresas privadas que abocanharem a Pedreira Paulo Leminski, a Ópera de Arame e o Parque Náutico, vão fazer destes equipamentos um meio de tirar todo o proveito financeiro possível, mesmo que para isso tenham, por exemplo, que cortar a meia-entrada de estudantes ou negar ceder o espaço para apresentações culturais ou treinos esportivos fora do seus padrões empresariais.

O leilão para a concessão está marcado pelo prefeito Luciano Ducci para o dia 04 de junho. Deste modo, torna-se urgente que os sindicatos, o movimento popular, as entidades de juventude constituam imediatamente um comitê amplo contras estas privatizações, visando mobilizar a população e tomar medidas para barrar este absurdo.

Como estamos em um ano eleitoral, não é possível que os candidatos postulantes a prefeito de Curitiba – e mesmo os candidatos a vereador – se omitam deste assunto. No caso dos candidatos a prefeito, não basta que se declarem contrários às concessões do atual prefeito. Isso é simples e pode ser interpretado como um mero jogo de desgaste do oponente. Por isso, é preciso mais. É preciso que se comprometam, desde já, de que se eleitos revogarão as concessões/privatizações, caso elas sejam efetivadas por Ducci. Se todos os candidatos fizerem isso vão colocar as empresas sobre o dilema de poderem vir a ganhar a licitação mas não terem tempo sequer para se apoderarem nem da Pedreira, da Ópera ou do Parque Náutico. É algo que pode desestimular aqueles que querem ganhar dinheiros com a apropriação destes patrimônios do povo de nossa cidade.


Por: André Machado
Secretário de Imprensa e Comunicação  Sindicato dos Bancários

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