O prefeito Luciano Ducci lançou edital de licitação para fazer a
concessão/privatização da Ópera de Arame, da Pedreira Paulo Leminski e
do Parque Náutico. São espaços públicos que deveriam ser revitalizados
para servirem como instrumentos de incentivo à cultura, ao esporte e ao
lazer da população de Curitiba, principalmente à juventude.
Ao invés disso, serão doados por 25 anos, provavelmente prorrogáveis
por muitos anos mais, para que empresários ganhem dinheiro com o
patrimônio público. Este fato deixa evidente que a privataria em nosso
estado, tão em voga no governo de Jaime Lerner e freada pelo grande
movimento popular contra a privatização da Copel, está ressurgindo com
uma força que merece toda a atenção dos sindicatos da CUT e dos
trabalhadores a eles filiados.
Dizer, como dizem alguns, que concessão não é privatização é querer
fazer um jogo de palavras para tentar fazer o povo de bobo. As rodovias
no PR estão "concedidas" há muitos e muitos anos e alguém dúvida que
elas estejam privatizadas? É só ver como as concessionários usam e
abusam do que lhes foi concedido, fazendo o que bem entendem e
praticando as tarifas que são convenientes a uma alta taxa de lucro aos
especuladores acionistas.
Como as concessionárias das rodovias, que pouco se importam com os
efeitos sociais negativos dos altos custos dos pedágios, também as
empresas privadas que abocanharem a Pedreira Paulo Leminski, a Ópera de
Arame e o Parque Náutico, vão fazer destes equipamentos um meio de tirar
todo o proveito financeiro possível, mesmo que para isso tenham, por
exemplo, que cortar a meia-entrada de estudantes ou negar ceder o espaço
para apresentações culturais ou treinos esportivos fora do seus padrões
empresariais.
O leilão para a concessão está marcado pelo prefeito Luciano Ducci
para o dia 04 de junho. Deste modo, torna-se urgente que os sindicatos, o
movimento popular, as entidades de juventude constituam imediatamente
um comitê amplo contras estas privatizações, visando mobilizar a
população e tomar medidas para barrar este absurdo.
Como estamos em um ano eleitoral, não é possível que os candidatos
postulantes a prefeito de Curitiba – e mesmo os candidatos a vereador –
se omitam deste assunto. No caso dos candidatos a prefeito, não basta
que se declarem contrários às concessões do atual prefeito. Isso é
simples e pode ser interpretado como um mero jogo de desgaste do
oponente. Por isso, é preciso mais. É preciso que se comprometam, desde
já, de que se eleitos revogarão as concessões/privatizações, caso elas
sejam efetivadas por Ducci. Se todos os candidatos fizerem isso vão
colocar as empresas sobre o dilema de poderem vir a ganhar a licitação
mas não terem tempo sequer para se apoderarem nem da Pedreira, da Ópera
ou do Parque Náutico. É algo que pode desestimular aqueles que querem
ganhar dinheiros com a apropriação destes patrimônios do povo de nossa
cidade.
Por: André Machado
Secretário de Imprensa e Comunicação
Sindicato dos Bancários
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